quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Mudança na família tradicional.

1,2 mil crianças americanas vivem com pais LGBT

País vive fenômeno de transformação da família tradicional, com o crescente número de adoções por casais do mesmo sexo.

EUA, Nova York - Há dois domingos, Farid Ali Lancheros e George Constantinou reuniram 164 parentes e amigos em Nova York para o chá de bebê de seus filhos gêmeos que nascerão de uma barriga de aluguel nos próximos dias. Gustavo e Milena, os bebês gerados por inseminação artificial, vão participar do fenômeno de transformação da família norte-americana, com crescente número de adoções e gestações de crianças que vão viver em famílias nas quais as/os mães/pais são LGBTs. Na festa, Constantinou disse que eles são a verdadeira família moderna, brincando com o nome do seriado Modern family, um hit da TV, no qual um casal gay adota uma menina. Nos Estados Unidos, estima-se que 1,2 milhão de crianças vivam em famílias com pai ou mãe homossexual.

“Sei que estamos rompendo barreiras, mas todo o amor e o apoio que estamos recebendo são medidas da aceitação social que uma família gay pode receber. Nossos pais estão eufóricos. Minha mãe virá da Colômbia passar o primeiro mês dos bebês com a gente”, disse Farid Ali.

Caem barreiras legais para a adoção de filhos
As adoções por casais do mesmo sexo vêm crescendo significativamente, ao passo que caem as barreiras legais. No Censo de 2009, as crianças adotadas por LGBTs eram cerca de 32 mil, em comparação com 8.300 no anterior, de 2000. Segundo estimativas do demógrafo Gary Gates, da UCLA (Universidade da Califórnia), o número de crianças e adolescentes em famílias onde o pai ou a mãe é LGBT chega a 1,2 milhão. “A grande maioria não é adotada, provavelmente filha de relações anteriores, de antes de a pessoa se assumir como gay. Mas, como hoje as pessoas estão se assumindo mais jovens, a tendência é o número dessas situações diminuir, e o de adoções aumentar”, disse Gates.

Dois estados – Mississippi e Utah – ainda proíbem a adoção por LGBTs. Entre a maioria que permite a adoção, nem todos tornaram a aceitação de todos os candidatos obrigatória. E, onde isso aconteceu, houve reações extremas, como a de uma agência católica de Massachusetts que fechou as portas depois que o Estado impôs a igualdade de oportunidades a homossexuais como regra para os que queiram adotar. Outra questão é o direito de adotar como casal: só 13 estados aprovaram leis autorizando casais LGBT a registrarem filhos como sendo do casal, com os dois nomes constando da certidão de nascimento.

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