terça-feira, 29 de novembro de 2011

Educação para a diversidade de gênero é principal reivindicação LGBT

Movimento quer incluir tema no Plano Nacional de Educação. Quanto mais jovens os estudantes, maior o índice de homofobia, aponta estudo.
Seminário discutiu propostas do movimento LGBT para o Plano Nacional de Educação (Foto: Brizza Cavalcante)Seminário discutiu propostas do movimento LGBT
para o Plano Nacional de Educação
(Foto: Brizza Cavalcante)

A inclusão de conteúdos sobre orientação sexual e diversidade de gênero nos currículos escolares e na formação de professores representa a principal reivindicação do movimento LGBT para o Plano Nacional de Educação (PNE - PL 8035/10). A informação é do diretor da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Beto de Jesus, que participou de seminário nesta quarta-feira (23) na Câmara. Em discussão no Congresso, o PNE estabelece metas para o período de 2011 a 2020.

Beto de Jesus ressaltou que, na versão atual do plano, consta apenas uma estratégia sobre o assunto – a que prevê a adoção de políticas de prevenção da evasão escolar por motivo de preconceito e discriminação em função de orientação sexual. “Temos de nos mobilizar para incluir ações mais efetivas, pois isso fica na dependência da vontade política dos governantes e pode nunca ser executado”, sustentou.

De acordo com o diretor da ABGLT, todas as metas defendidas pelo movimento foram aprovadas na Conferência Nacional de Educação Básica, tanto em 2008 quanto em 2010. “As demandas não são de gays, de lésbicas, de travestis, mas de educadores e educadoras, aprovadas em duas grandes conferências”, frisou.

Educação de qualidade
A presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), ressaltou que as entidades que representam a população LGTB “dão um salto muito grande quando propõem a inclusão do combate à homofobia no PNE”. Na opinião da parlamentar, a educação representa o “principal instrumento para garantir o Brasil diverso, que luta pelo combate às desigualdades”.

Representante da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT na Câmara, o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) destacou que o objetivo da população LGBT é discutir a qualidade da educação para todos. “Queremos debater educação de qualidade, que requer melhor formação de professores, salários dignos, mas também um currículo para formação de cidadãos que respeitem a dignidade e a diversidade”, sustentou.

Homofobia
Segundo a coordenadora de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, Miriam Abramovay, o trabalho de conscientização nas escolas deve começar o mais cedo possível, pois quanto mais jovem os alunos, mais homofóbico ele se apresenta. Estudo coordenado por ela em 2009 mostrou que, entre estudantes de 11 anos de idade, 48,7% manifestaram preconceito contra LGBTs. Na faixa de 13 a 14 anos, o índice cai para 38,4%.

O mesmo levantamento apontou que os homens são mais homofóbicos que as mulheres. Dos estudantes do sexo masculino pesquisados, 45% disseram que não gostariam de ter colega de classe LGBT, contra apenas 15% das meninas.

Em trabalho anterior, 55% dos homens ouvidos relataram que não gostariam de ter um vizinho gay. Entre as mulheres, o índice foi de 40%. Um terço dos entrevistados se disse indiferente. “Observamos que, quase sempre, indiferente quer dizer sim, o que torna esses números muito chocantes”, explicou.

Criminalização
Para a pesquisadora do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Anis), Débora Diniz, a criminalização da homofobia representa um instrumento para a garantia da igualdade. A especialista destacou ainda que “não há sistema de crença que legitime a homofobia, porque nenhuma religião autoriza o discurso do ódio, muito menos na escola”.

Apesar disso, uma pesquisa conduzida por ela mostrou que os livros de ensino religioso utilizados nas escolas brasileiras apresentam conteúdo homofóbico e discriminatório. Para a pesquisadora, essa é uma questão fundamental que o País deverá enfrentar: o lugar da religião no Estado laico.

Na concepção da especialista, estabeleceu-se no Brasil a ideia de que o “pacto religioso” é anterior ao político, e, por isso, o Estado “não pode botar a mão” em assuntos religiosos. Para ela, no entanto, trata-se de um equívoco. “Se está na escola pública, o Poder Público precisa controlar.”

O seminário “Plano Nacional de Educação - mobilização nacional por uma educação sem homofobia” foi promovido pelas comissões de Legislação Participativa; de Direitos Humanos e Minorias; e de Educação e Cultura.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Preta Gil canta com Mulher Melão na 2ª conferência estadual do Rio

Segunda conferência estadual LGBT foi realizada neste domingo, 20, no Rio.

Você quer? Preta Gil cantou com Mulher Melão durante evento contra a homofobia. A segunda conferência estadual LGBT foi realizada neste domingo, 20, no Rio. David Brazil prestigiou o evento.
Mulher Melão e Preta Gil cantam na segunda conferência estadual LGBT no Rio (Foto: Rodrigo dos Anjos/ Ag. News)Mulher Melão e Preta Gil cantam na segunda conferência estadual LGBT no Rio
David Brazil cantam na segunda conferência estadual LGBT no Rio (Foto: Rodrigo dos Anjos/ Ag. News)David Brazil

Thammy Gretchen posa em padaria para campanha contra homofobia

Tammy e o amigo Julinho (Foto: Divulgação)Tammy e o amigo Julinho (Foto: Divulgação)

Depois de ter sido expulsa de uma padaria, em São Paulo, Thammy Gretchen aproveitou o mote do incidente para fotografar para uma campanha contra a discriminaçao aos LGBTs. As fotos foram feitas em uma padaria no bairro do Ipiranga, em São Paulo.

Nas imagens, Julinho aparece como uma travesti e Thammy vestida de homem. Os dois encenam um casal e seguram um cartaz com o dizer "Campanha Homofobia é crime. Ligue 190". “A homofobia é crime e tem que ser denunciada imediatamente não estava me atracando com minha namorada na padaria, apenas a tratei com carinho como faço sempre”, disse a filha de Gretchen.

Novos Titãs | Novo herói gay estreia esta semana nos EUA

Bunker continua gerando discussão entre os leitores

Bunker, o novo membro do supergrupo Novos Titãs, da DC Comics, estreou esta semana nos EUA em Teen Titans #3. E chega já rodeado de controvérsia: não por ser gay, mas pela personalidade e roupas extravagantemente exageradas.

O desenhista da série, Brett Booth, já havia defendido suas opções com o personagem na época em que foi divulgado. Agora é o roteirista Scott Lobdell - célebre por revelar a homossexualidade do herói mutante Estrela Polar, na Marvel Comics dos anos 90 - que se explica.

Em entrevista ao Comic Book Resources, Lobdell diz que, basicamente, o personagem pode parecer extravagante porque é feliz. "Eu diria que o motivo pelo qual Bunker abraça tudo é o fato de ele curtir tudo na vida. Ele curte estar vivo, ele curte a sexualidade que tem, ele curte ter sido abençoado com superpoderes. De certa forma, acho que não vemos muitos personagens que curtem seus poderes da forma como eu e você curtiríamos. Acho ótimo ver o drama dos personagens que carregam o fardo daquilo que separa eles da sociedade, mas há também a ideia de que muita gente simplesmente curte e comemora cada dia que os faz diferentes, ao invés de ter medo, angústia ou remorso".

O site Bleeding Cool tenta provocar dizendo que as poses em que Bunker aparece em sua primeira edição destacam o traseiro do personagem.

Bolsonaro pede a Dilma para assumir 'se gosta de homossexual'

‘Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma’, disse na tribuna.
Parlamentares apontaram falta de decoro. Bolsonaro negou ofensa.


O deputado Bolsonaro durante discurso nesta
quinta (24) no plenário da Câmara (Vídeo: TV Câmara)
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pediu à presidente Dilma Rousseff, em discurso na tribuna da Câmara na manhã desta quinta (24), para parar "de mentir" e assumir "se gosta de homossexual".

Bolsonaro criticava o que chama de "kit gay" do Ministério da Educação, uma cartilha contra a homofobia que seria usada em escolas públicas, mas cuja distribuição foi suspensa por determinação da presidente.

"O kit gay não foi sepultado ainda. Dilma Rousseff, pare de mentir. Se gosta de homossexual, assuma. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma. Mas não deixe que essa covardia entre nas escolas do primeiro grau", afirmou o deputado no discurso, veja o vídeo ao lado.

Segundo o setor de taquigrafia da Câmara, a Secretaria-Geral da Mesa mandou que a transcrição do discurso de Bolsonaro fosse retirada do site, para que palavras consideradas “antirregimentais” fossem excluídas do texto.

A assessoria da Presidência da República informou que não irá se pronunciar sobre as declarações do deputado.

Deputado nega intenção de ofender
Ao site G1, Bolsonaro disse que não quis ofender a presidente durante o discurso. "Eu tenho a tribuna. Eu posso pregar o que eu bem entender na tribuna. O artigo 53 [da Constituição] diz que sou inviolável. Eu não ofendi ninguém. Não pretendo ofender. Se querem esquecer esse assunto gravíssimo para levar para o lado de que eu sou desequilibrado, não tenho culpa", declarou.

Indagado se, com a declaração, quis dizer que Dilma é homossexual, Bolsonaro respondeu: "Eu não penso nada [sobre a orientação sexual da presidente Dilma Rousseff]. Quero saber do caso de amor que ela tem com o grupo LGBT. Quero que ela explique o caso de amor porque o kit gay continua aí", disse.

Apesar disso, o deputado não recuou da declaração de que a presidente mentiu. "Quero saber qual o motivo da simpatia com esse grupo. Que ela é mentirosa, eu não tenho nenhuma dúvida. Não vou deixar de acusá-la de mentirosa porque ela é presidente", afirmou. Bolsonaro disse que a presidente mentiu porque, durante a campanha eleitoral, prometeu, segundo o deputado, que concederia aumento aos militares e não cumpriu.

Reações
Após a fala de Bolsonaro no plenário da Câmara, o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) subiu à tribuna e rebateu as declarações do parlamentar do PP. "O que nós ouvimos aqui hoje foi novamente um discurso de ódio, um discurso de preconceito, um discurso inclusive que, se eu entendi direito, faltou com o decoro parlamentar ao fazer insinuações a respeito da própria presidente da República. A opção sexual de qualquer ser humano, deputado, é uma questão de foro íntimo desse mesmo ser. E todos nós temos o mesmo direito perante a Constituição", declarou Sirkis.

A senadora Marta Suplicy (PT-SP), vice-presidente do Senado, também reagiu ao discurso de Bolsonaro. "Como mulher, como cidadã, como mãe, como senadora, como vice-presidente desta Casa, pedimos ao presidente da Câmara, deputado [Marco] Maia, que tome enérgicas providências e limites, porque está sem um freio de arrumação. Sinto muito a falta de decoro parlamentar desse deputado. Tem ofendido cidadãos comuns e agora até mesmo a presidente da República", afirmou.

Amor virtual. (o fake do litoral)

sábado, 19 de novembro de 2011

'Sou gay, e está bem assim', disse prefeito de Berlim em 2001

CAROLINA VILA-NOVA
DE BERLIM

O ano é 2001. Na cerimônia de indicação de sua candidatura pelo Partido Social Democrata (SPD) à prefeitura de Berlim, Klaus Wowereit sai do armário: "Sou gay, e está bem assim" ("Ich bin schwul, und das ist auch gut so"). Silêncio, depois aplausos.
Com essa frase, ele sinalizava o que queria para a cidade: a quebra de tabus, o ousado, a tolerância, a abertura. E esvaziava o que via como um iminente ataque da imprensa conservadora.
Dez anos depois, Wowereit (pronuncia-se "voverait"), 58, ainda está à cabeça da Rotes Rathaus, a prefeitura da capital alemã. Em setembro, foi eleito para o terceiro mandato consecutivo. Sob ele, Berlim mudou. De decadente, tornou-se um ímã para artistas, estilistas, escritores.
Ao longo dos anos no poder, Wowereit teve muitas caras e seu mote do primeiro mandato foi a célebre frase "Berlim é pobre, mas sexy". Endividada, a metrópole lutava para lidar com o legado da reunificação, com fim dos subsídios, com a fuga da empresas, com bairros detonados pelos anos de descuido.
Para alarme dos conservadores, deu as boas-vindas a um congresso de fetichistas e disse que a cidade precisava do dinheiro do turismo.
Amigo de celebridades e presente às baladas -foi fotografado tomando champanhe de um escarpim vermelho-, ganhou da imprensa a alcunha de "Partymeister" (alusão a "Bürgermeister", prefeito em alemão).
Na Berlim desencanada, talvez isso tenha garantido sua popularidade, a despeito das medidas impopulares que tomou, como o corte no salários do funcionalismo público e nos subsídios.
Ao começar seu segundo mandato, em 2006, havia mudado de tom. Disse que estava velho para baladas e tornou o guarda-roupa mais sóbrio. E adicionou um complemento à sua célebre frase: "preferia ser rico e sexy a ser pobre e sexy". Seu slogan de campanha foi "Uma Berlim consequente".
Maurizio Gambarini/Efe
O prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, caminha pelo Parlamento da cidade
O prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, caminha pelo Parlamento da cidade
PREFEITO PERFEITO
Wowereit é berlinense de Tempelhof (ex-Berlim Ocidental), bairro de classe média baixa. Criado pela mãe solteira, mais novo de cinco irmãos, foi o primeiro da família a chegar ao secundário.
Aos 19 anos, após passagem pela Juventude Socialista, já fazia parte do SPD. Formou-se em direito pela Universidade Livre de Berlim.
Seu ídolo é Willy Brandt, que foi prefeito de Berlim Ocidental e o chanceler (premiê) da Alemanha Ocidental responsável pela aproximação com o Leste, nos anos 1970.
Sua página oficial diz que é solteiro. Mas, desde 1993, ele vive com o neurocirurgião Jörn Kubicki, seu "companheiro de vida". E, desde 2004, mora no Ku'Damm, o boulevard chique, centro da ex-Berlim Ocidental, um fascínio de in

Jogador americano assume homossexualidade e ganha apoio do clube

Jogador americano assume homossexualidade e ganha apoio do clube

O jogador de 30 anos David Testo, do Montreal Impact, resolveu assumir a sua homossexualidade. A declaração do atleta aconteceu para à “CBC Rádio-Canadá”.
“É como transportar em torno de um segredo, e nunca ter a permissão para ser você mesmo”, disse Testo que garantiu que seus companheiros já sabiam sobre sua homossexualidade.
Após a declaração do meia, o presidente do Montreal Impact, Joey Saputo, apoiou a decisão de Testo.
“A declaração de David Testo é de fato muito pessoal. Sabíamos de sua orientação antes de ele se juntar ao nosso clube em 2007”, afirmou Saputo.

SP: Câmara discute novo orçamento para Parada LGBT de Araraquara

Evento teve mais público do que os próprios organizadores esperavam
SP: Câmara discute novo orçamento para Parada LGBT de Araraquara (Foto: Manoela Marques/EPTV)Parada do Orgulho LGBT de Araraquara/SP
(Foto: Manoela Marques/EPTV)
Surpresos pelo número de pessoas que foram às ruas durante a 6ª edição da Parada do Orgulho LGBT, no último domingo (13), os organizadores da Semana da Diversidade Sexual de Araraquara esperam conseguir uma verba orçamentária para divulgar o evento em 2012.

Confira mais fotos da Parada LGBT

A Câmara Municipal discutirá nesta quinta-feira (17) uma proposta de emenda apresentada por um grupo de vereadores, que defendeu que a semana passe a fazer parte do orçamento municipal.

"Queremos uma verba garantida para poder trabalhar melhor a divulgação e o evento em si, que é importante como um todo, não só a Parada", afirmou o presidente da ONG RNP+Sol, Alberto Carlos de Souza. Segundo ele, a expectativa era receber até 3 mil pessoas, mas o evento teve um público estimado de 5 a 6 mil participantes. “O público foi maior que o esperado, mas o que valeu mesmo foi perceber que a Parada tinha gente mais consciente. As pessoas que estavam sabiam o que faziam ali”, anima-se.

A verba destinada ao evento em 2011 não permitiu que fosse trazida nenhuma grande atração para a Parada. O problema, segundo os organizadores, repetiu-se nos últimos dois anos, quando o desfile de transformistas e drags queens foi cancelado.

Para ele, toda a programação da Semana é importante, pois discute assuntos como família, emprego e educação. “Os gays convivem com uma família hétero, por exemplo, então é preciso que o assunto seja tratado com um todo, com a sociedade igualmente. A Parada apenas dá visibilidade ao evento e atrai gente, mas o seminário é essencial”, finaliza o presidente.

Eleitores temem retrocesso no casamento igualitário na Espanha

Rajoy espera a sentença do Tribunal Constitucional que pode derrubar união homoafetiva.
Casal gay se beija após passagem do papa rumo à praça de Cibeles, em Madri, na Espanha (Foto: Divulação)Casal gay se beija após passagem do papa rumo à
praça de Cibeles na Espanha (Foto: Divulação)
Francisco e José María, depois de dez anos morando juntos, decidiram casar-se. Queriam que a cerimônia fosse em Pitres, cidade no sul da Espanha, a 80Km de Granada. O prefeito, do conservador Partido Popular (PP), havia sido empossado há poucos meses e disse que, em Pitres, o casamento não poderia ocorrer. O casal foi então para Jun, cidade granadina conhecida por sua tolerância. O prefeito que casou Francisco e José María se prepara para outros 170 "sí, quiero" entre casais do mesmo sexo. O trâmite "expresso" proporcionado pelo socialista José Antonio Rodríguez Sala tirará do sufoco LGBTs que temem o retrocesso em seus direitos após as eleições. O candidato do PP, Mariano Rajoy, espera a sentença do Tribunal Constitucional sobre dois recursos, contra a lei que permite o casamento igualitário e contra a lei de aborto. Para o PP, elas são inconstitucionais.

"Fomos vítimas da homofobia do Partido Popular. Com a vitória certa dos conservadores, é previsível que algo ruim venha pela frente" opina o comerciante Francisco Fernández Fierro, 53 anos, casado desde 15 de outubro com o professor José María Peinado, de 45 anos.

Casais correm para marcar casamento até pela internet
Em Jun, só tinham sido celebrados 12 casamentos entre pessoas do mesmo sexo, dos mais de 20 mil em toda a Espanha desde julho de 2005, quando a mudança no Código Civil entrou em vigor. Desde então, todos os direitos derivados do casamento foram igualados: de pensão por viuvez à adoção. Agora, por causa das eleições, a cidade granadina, de apenas três mil habitantes, espera quase duas centenas de uniões entre casais do mesmo sexo até o fim do ano. O socialista José Antonio Rodríguez Sala afirma, orgulhoso, que Jun será a primeira cidade do mundo a realizar casamentos pela internet.

"Lancei a oferta pelo Twitter e já temos 68 datas marcadas, e outros cem pedidos em trâmite" gaba-se o prefeito.

Agustín López, presidente da Cogam, associação madrilenha de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, diz que tem lutado contra a abstenção nas eleições. Ele prega o "voto rosa", ou seja, o voto em partidos que não discriminam a população LGBT. Pesquisa do Centro de Pesquisas Sociológicas (CIS) aponta que 77% dos jovens espanhóis são a favor do casamento igualitário.

"Nossos direitos estão na corda-bamba. Se o PP voltar atrás, entraremos num limbo legal" afirma López.

O mesmo risco corre a lei de saúde sexual e reprodutiva, reformada em 2009, que descriminalizou o aborto durante as 14 primeiras semanas de gravidez. Até a 22 semana também é permitido interromper a gravidez em casos que ameaçam a vida ou a saúde da mulher ou se houver risco de anomalia grave no feto.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Mudança na família tradicional.

1,2 mil crianças americanas vivem com pais LGBT

País vive fenômeno de transformação da família tradicional, com o crescente número de adoções por casais do mesmo sexo.

EUA, Nova York - Há dois domingos, Farid Ali Lancheros e George Constantinou reuniram 164 parentes e amigos em Nova York para o chá de bebê de seus filhos gêmeos que nascerão de uma barriga de aluguel nos próximos dias. Gustavo e Milena, os bebês gerados por inseminação artificial, vão participar do fenômeno de transformação da família norte-americana, com crescente número de adoções e gestações de crianças que vão viver em famílias nas quais as/os mães/pais são LGBTs. Na festa, Constantinou disse que eles são a verdadeira família moderna, brincando com o nome do seriado Modern family, um hit da TV, no qual um casal gay adota uma menina. Nos Estados Unidos, estima-se que 1,2 milhão de crianças vivam em famílias com pai ou mãe homossexual.

“Sei que estamos rompendo barreiras, mas todo o amor e o apoio que estamos recebendo são medidas da aceitação social que uma família gay pode receber. Nossos pais estão eufóricos. Minha mãe virá da Colômbia passar o primeiro mês dos bebês com a gente”, disse Farid Ali.

Caem barreiras legais para a adoção de filhos
As adoções por casais do mesmo sexo vêm crescendo significativamente, ao passo que caem as barreiras legais. No Censo de 2009, as crianças adotadas por LGBTs eram cerca de 32 mil, em comparação com 8.300 no anterior, de 2000. Segundo estimativas do demógrafo Gary Gates, da UCLA (Universidade da Califórnia), o número de crianças e adolescentes em famílias onde o pai ou a mãe é LGBT chega a 1,2 milhão. “A grande maioria não é adotada, provavelmente filha de relações anteriores, de antes de a pessoa se assumir como gay. Mas, como hoje as pessoas estão se assumindo mais jovens, a tendência é o número dessas situações diminuir, e o de adoções aumentar”, disse Gates.

Dois estados – Mississippi e Utah – ainda proíbem a adoção por LGBTs. Entre a maioria que permite a adoção, nem todos tornaram a aceitação de todos os candidatos obrigatória. E, onde isso aconteceu, houve reações extremas, como a de uma agência católica de Massachusetts que fechou as portas depois que o Estado impôs a igualdade de oportunidades a homossexuais como regra para os que queiram adotar. Outra questão é o direito de adotar como casal: só 13 estados aprovaram leis autorizando casais LGBT a registrarem filhos como sendo do casal, com os dois nomes constando da certidão de nascimento.

Gays na Polônia

Transexual e gay assumem assentos na Câmara da Polônia




A Polônia passou a ter pela primeira vez uma deputada transexual e outro assumidamente gay em seu Parlamento. Anna Grodzka, que fez uma cirurgia de readequação de sexo, e Robert Biedron sentaram lado a lado nesta terça-feira na inauguração do novo Congresso.

Anna foi cumprimentada com apertos de mão por diversos parlamentares, enquanto apenas um deputado a recebeu com beijos no rosto. Ela e Biedron fazem parte do Movimento Palokot, um partido progressista que se tornou a terceira maior força no Parlamento após as eleições de 9 de outubro.

O partido defende causas liberais e se opõe ao poder da Igreja Católica na sociedade polonesa, promovendo, por exemplo, direitos LGBTs. O movimento também promete enfrentar as restrições ao aborto na Polônia, onde a prática só é permitida em poucas situações.
Mostrando a forte influência do catolicismo no país, ao abrir a seção, Jozef Zych, ex-presidente do Parlamento, citou palavras do Papa polonês João Paulo II e cumprimentou arcebispos e outros líderes da Igreja presentes ao evento. Ele também lembrou o ex-presidente Lech Kaczynski, morto em um acidente de avião no ano passado.

Ator de "Sex and the City" se casa com companheiro em Nova York

                                    
O ator Mario Cantone, que ficou muito popular como o amigo gay de Charlotte (Kristin Davis) na série “Sex and the city”, se casou no último final de semana com seu companheiro, Jerry Dixon, em Nova York. Eles estão juntos há 20 anos, mas resolveram agora oficializar a união numa cerimônia para amigos e parentes. O casamengo pôde ser realizado depois que o governo local aprovou a união entre casais do mesmo sexo.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Parada do Orgulho LGBT reúne mais de 50 mil em Taiwan

“Nós não somos monstros ou causadores de problemas. Somos bonitos arco-íris”
Patrick Lin/AFPPatrick Lin/AFP
Mais de 50 mil pessoas protestaram contra a homofobia neste sábado em Taipei, Taiwan, em uma das maiores manifestações deste tipo na Ásia. Eles pediam fim da discriminação sexual e de gênero. Bandeiras coloridas e pessoas fantasiadas dominaram as ruas, que esteve dividida por sete times, cada um com uma cor do arco-íris.

“Nós não somos monstros ou causadores de problemas. Somos bonitos arco-íris”, clamavam os manifestantes. A parada surgiu após ondas recentes de episódios discriminatórios contra LGBTs no país. As informações são do Taiwan News.

Patrick Lin/AFPPatrick Lin/AFP

APOGLBT inicia concurso para escolha do tema da 16ª Parada LGBT de SP

APOGLBT inicia concurso para escolha do tema da 16ª Parada LGBT de SP

Campanha chega às redes sociais e seleciona as três melhores frases, que vão a votação popular no site da Associação. 
Foto: DivulgaçãoFoto: Divulgação
A APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo) inicia campanha para escolha do tema da 16ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que ocorre em junho de 2012. Para estimular a participação, a entidade premia os autores das três melhores frases com acesso ao trio elétrico de abertura da manifestação, com direito a um acompanhante cada. A campanha iniciou na segunda-feira (31) e segue até o dia 18 de novembro. Além do e-mail, as sugestões podem ser feitas através do Twitter e do Facebook.

Segundo o presidente da Associação, Fernando Quaresma, a iniciativa de promover um concurso cultural visa aproximar os participantes da organização da Parada e democratizar a escolha do tema: “É um convite para que todos construam a Parada junto com a gente”. “No ano passado, fatores administrativos nos impossibilitaram de socializar a discussão sobre o tema e sofremos muitas críticas por isso. Apesar da repercussão da 15ª Parada ter sido satisfatória, a diretoria da APOGLBT avalia que a interação de todos é sempre o melhor caminho”, acrescenta Quaresma.

O slogan deve traduzir uma reivindicação dos LGBT sobre direitos humanos e civis, cidadania, visibilidade e igualdade social, ou ainda um protesto contra os diversos fatores que afetam a dignidade da população LGBT, como o preconceito, a exclusão, a rejeição e a homofobia. Neste ano, a Associação admite ainda sugestões de tema que tenham caráter de autoafirmação e aceitação – no estilo do projeto “It Gets Better” – ou celebrativo, em referência às conquistas já alcançadas.

O tema da Parada norteia todas as atividades do Mês do Orgulho LGBT de São Paulo, que também inclui o Ciclo de Debates, a Feira Cultural LGBT, o Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade e o Gay Day. Ele é usado também em todos os materiais gráficos, como cartazes, banners e panfletos, além de camisetas, fundos de palcos, telas dos trios e eventuais produções audiovisuais.

Como participar
Esta é a primeira vez que APOGLBT mobiliza as redes sociais para a escolha do tema, tornando a ação mais dinâmica e abrangente. Para participar pelo Facebook, basta acessar e curtir a página da Parada em www.facebook.com/paradasp e compartilhar a sugestão no mural.

Para participar pelo Twitter, primeiro é necessário seguir a @paradasp e depois twittar a sugestão utilizando a hashtag #temadaparada antes ou depois da frase, por exemplo: "Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia! #temadaparada " ou "#temadaparada Vote contra a homofobia: Defenda a cidadania!"

Para quem não utiliza as redes sociais ou não tem familiaridade, a Associação disponibiliza ainda o e-mail tema@paradasp.org.br. Todos podem enviar quantas sugestões quiser através de qualquer uma das ferramentas.

As mensagens recebidas até o dia 18 de novembro serão analisadas pela diretoria e coordenadores da entidade. No dia 21 de novembro, a APOGLBT divulga as três opções selecionadas e inicia uma enquete em sua homepage, para que o público escolha a melhor. O tema mais votado até às 23h59 do dia 4 de dezembro será o escolhido para a 16ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo e o resultado final estará divulgado no dia seguinte.

Seleção e premiação
Os autores dos três melhores temas eleitos pela a APOGLBT serão contemplados com o acesso ao trio elétrico oficial da Parada, o primeiro do trajeto e que tradicionalmente faz a abertura da manifestação, reunindo personalidades, políticos e lideranças do movimento LGBT. “O autor do tema mais votado pelo público terá ainda a alegria de ver de perto o resultado de sua contribuição, ao lado de toda a organização e parceiros da Parada”, comenta Quaresma.

O contato com os escolhidos será feito no dia da divulgação do resultado parcial, 21 de novembro, através do mesmo mecanismo de participação. Na ocasião da Parada, cada premiado poderá levar um acompanhante para o trio.

A Associação se reversa no direito de deliberar sobre as escolha das três melhores frases e, se necessário, realizar algumas adaptações para que o tema possa refletir devidamente as necessidades da população LGBT. Participantes de outras localidades deverão arcar com a viagem, estadia e demais despesas em São Paulo.

Temas anteriores
Desde sua primeira edição, a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo sempre trouxe um tema para debater as demandas do movimento e reverberar suas ações por toda a sociedade. Num primeiro momento, as frases enfatizavam o reconhecimento e a visibilidade dessa população, que se encontrava à margem de qualquer integração social e extremamente repreendida.

Mais adiante, as Paradas passaram a reivindicar por direitos civis, como o reconhecimento das uniões estáveis e famílias homoafetivas. Mais recentemente, a manifestação exige especificamente a criminalização da homofobia em âmbito nacional, a partir da aprovação do Projeto de Lei 122/2006.

'Às vezes pintam uns namorados', diz Marco Nanini em entrevista

'Às vezes pintam uns namorados', diz Marco Nanini em entrevista

Ator, capa da revista 'Bravo!', falou sobre sua intimidade à publicação.
Marco Nanini (Foto: Juliana Rezende)Marco Nanini (Foto: Juliana Rezende)
Em entrevista à revista "Bravo!", Marco Nanini falou sobre sua vida amorosa. “Às vezes, pintam umas namoradas, uns namorados... namoradas, não. Namorados... mas, se não pintam, sem problemas. Já vivi o que necessitava viver nessa seara”, contou ele à publicação.

O ator também falou sobre os altos e baixos da carreira. “Comparo o sucesso com a luz de um daqueles holofotes giratórios. Num momento, o foco ilumina você. No momento seguinte, o abandona e não volta nunca mais. Todo artista em evidência deveria se preparar para quando o sucesso se retirar. Eu tento, seja garimpando outros interesses, seja tratando os elogios com maturidade”.