terça-feira, 17 de julho de 2012

Viajo cá
no oro do d'oro...
Diga-me
ó gajo
d'além mares,
espalhas a língua? aparta-te do tejo?
ou fala
da água salgada
do ventre de tua madre
Estais de bom andar?
tem visto bilhas?
Estais bem cacimbado?
Não maia...
Não estais a dar bilingue!
Faça por
abrir o coração,
dando com a língua nos dentes
arregaçando as mangas...
Pois estás
onde o judas perdeu as botas.
Põe tua mão na massa
o gato comeu tua língua?
Não meta o rabo entre as pernas
não faça nada nas coxas
Arme-se até os dentes
Faça um negócio da china!
Sei, sou sabedor...
sou um chato de galochas
sem pé nem cabeça.
Estou a pentear macacos
trocando alhos por bugalhos...
a por as cartas na mesa
pondo pontos nos is,
procurando agulha em palheiro
Volte a vaca fria...
cantam por aqui
os passarinhos na alvorada
desta manhã verdejante
tua mãe é doce como a água doce
e sente na ponta aguda da asa
um leve e dolorido ar de saudade
Não se esqueça d'ora
desta velha e nova
paisagem parada
que te adora
Paulo Braulino, 16 de julho de 2012.

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